Pensando o Viver

O lado natural, humano e social de quem pensa o viver, não apenas como um historiador, mas também como um transformador.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

O que me cabe


Do mesmo lugar de onde eu vim, enquanto ser, é exatamente o mesmo local para onde um dia retornarei, quando minha vida mental se extinguir: o nada, o não existir, o fim do começo e o começo do fim, aquele lugar inenarrável posto que nada há, e não existe referência para defini-lo.

O que me cabe então?

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Você quer mesmo ouvir sobre seu lado menos humano

Você quer mesmo ouvir sobre seu lado menos humano, não pergunte aos amigos, muitos deles têm o costume de não dar valor a este nosso lado, ou apenas o percebem quando exageramos. Alguns amigos, mais ainda, possuem o bom mal costume de sequer perceber nosso lado desumano. Você quer realmente ouvir sobre seu lado “mau”, pergunte aos inimigos, se os tiver, ou aos que não comunguem de suas crenças, que não pensem como você, e que te vejam como um hipócrita ou um papagaio sem criatividade.

domingo, 24 de maio de 2015

Carta aberta a um amigo

Caro amigo;

Torço para que esta carta não seja enfadonha a sua leitura (mas temo que ela o seja). Desta vez vou falar de mim, não que seja naturalmente um assunto importante para nós dois. Não espero e nem desejo de ti nenhuma especial condescendência, benevolência, nem mesmo indulgência ou qualquer tipo de aprovação, escolhi-o como amigo pelo que és e pelo que constróis, e não pelo que de mim pensas. Talvez me perca em certa forma de desabafo, talvez exponha um certo ar de revolta, mas como me conheces, jamais depositarei neste texto algum espirito de desilusão.

Como bem sabes, tenho me esforçado em abolir de meu dicionário de vida o termo e o sentimento de esperança. Busco fazer de minha vida um feliz (dentro do humanamente possível) passear pela desesperança. Nada tenho contra os esperançosos, mas temo sinceramente por algum sofrimento que eles poderiam não sentir caso conseguissem abrir mão de todo estado de esperança, posto que o final da esperança é sempre uma bifurcação entre alcançar ou não alcançar o esperado, e infelizmente, o que a vida tem me mostrado é que na maioria absoluta das vezes, o final mais comum é não ter encontro com o esperado. Infelizmente o poder civil e religioso induz-nos firmemente a ter esperança, pois eles bem sabem que esta nos acalma, domestica, e inibe nossa possível revolta, que poderia nos levar a agir, a ousar transformar, ou a se negar a aceitar sonhos como verdades. Desta forma, faz algum tempo que me esforço em fazer da esperança um nada em minha vida. Busco me concentrar no presente, e deposito minhas energias em realizá-lo o mais plenamente possível, entre muitas outras coisas porque sequer sei se aqui estarei quando leres estas miseras palavras, ou mesmo não sei se estarei vivo, sequer para pelo menos terminar esta carta. Vivendo o presente busco satisfazer-me com o que tenho e com o que me é possível possuir, realizar, construir, aprender, dividir e deixar de exemplos para meus filhos e a quem mais puder interessar. Larguei de mão, ou tento largar de mão, qualquer esperança por tudo aquilo que não está ao meu alcance, ou que de mim não dependa para consegui-lo (isto não significa que abri mão de sua busca, continuarei lutando pelo que quero, pelo que desejo e pela transformação da sociedade, mas não depositarei esperanças frágeis em conseguir o que somente de mim não dependa, continuarei ousando ser obreiro da transformação que entendo certa, e o que conseguir será muito bem-vindo). Como disse, vivo o presente como posso, com o que posso, e para aqueles que possa ajudar. Vivo o presente com imenso amor a vida e com afeto pelos seres humanos, sem me perder em sentimentalismos ou sonhos impossíveis. Vivo o presente na certeza de que mesmo sozinho sou capaz de algo fazer e conseguir, se não uma transformação total, pelo menos alguma demonstração de que temos  algo à fazer, e quem sabe assim conseguir algum eco, mínimo que seja, na sociedade.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

AMOR

O amor possui múltiplas facetas, mas todas elas são aderentes a um bem querer, a certo grau de altruísmo, e devem estar sempre temperadas com alguma racionalidade. Um amor sem bem querer, altruísmo e racionalidade pode ser tudo, mas com certeza não será amor, pode até ser bem-intencionado, todavia passará ao largo de um verdadeiro e humano amor.

O bem querer talvez seja, de longe, a característica mais fácil de ser percebida em quem verdadeiramente ama. Se amo, quero bem. Sob qualquer ponto de vista, se não desejo sinceramente o bem, não amo.
Se amo a minha existência, por certo quero bem para mim.
Se amo meus filhos, com certeza quero bem a eles.
Se amo minha esposa, bem quero a ela.
Se amo meus pais, quero bem a eles.
Se amo meus amigos, decerto quero bem a eles.
Se amo alguém que sofre dores físicas, morais ou mentais, quero bem a este alguém.
Se amo um estranho, por certo desejo o bem a este estranho.
Se amo alguém que não comunga comigo de minhas crenças, que é diferente em alguma referência, com toda certeza devo querer bem e respeitar esta pessoa.
Se amo alguém que de mim não gosta, ou mesmo que pareça ser meu inimigo, me é evidente que deva desejar o bem a este ser.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

O amor e a razão


O amor e a razão se completam mutuamente. Um empresta valor ao outro, e de comum agregam valor humano, formando uma simbiose necessária, e sinérgica por excelência.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Moral, imoral e amoral – Racional, irracional e “arracional”

Alguns atos e comportamentos dignificam a existência da vida e somam socialmente, humanizando nossa existência individual e coletiva, e os qualificamos como atos morais, outros atos e comportamentos desonram nossa existência, segregam nossa sociedade, ofendem nossa dignidade pessoal e social, nos fazendo muitas vezes bestas sem controle, a estes os chamamos de imorais, mas a grande maioria dos atos e comportamentos são neutros quanto ao alcance e ao compromisso humano e social, a estes os podemos chamar de amorais.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Um jovem negro tem duas vezes e meia mais “chance” de ser assassinado

Isto não é demagogia de algum grupo negro, para chamar atenção para sua causa, isto é o resultado de um estudo sério, feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública elaborado em parceria com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)(este relatório foi divulgado nesta quinta-feira (7) pela Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República, em Brasília), e este estudo aponta claramente que o risco de um jovem negro ser assassinado no Brasil tem aumentado, e supera em 2,5 vezes a possibilidade de um jovem branco ser vítima de homicídio. Naquele estudo, o Índice de “Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial 2014” apontou que a taxa de jovens negros assassinados por 100 mil habitantes subiu de 60,5 em 2007 para 70,8 em 2012 (entenda-se como jovens aqueles com idade entre 12 e 29 anos). É bem verdade que a taxa de vítima de homicídios entre os jovens brancos também aumentou: de 26,1 para 27,8, entretanto a diferença é absurda, e ainda teve maior fator de crescimento entre os jovens negros. O mais incrível é virarmos nossa cara para o lado, fingindo que desconhecíamos este fato. O risco de homicídio de um jovem negro em 2007 superava em 2,3 vezes o de um branco, e este índice cresceu, vou repetir, cresceu esta diferença para chegar em 2012 a 2,5. Em números absolutos, isso significa que 29.916 jovens foram mortos em 2012, sendo 22.884 negros e 7.032 brancos, prestem bem atenção, quase 23.000 jovens negros, contra cerca de 7.000 jovens brancos (7000 homicídios de jovens brancos já é um absurdo, mas para jovens negros este número vai a 22.884), e o que é mais triste, este é um quadro que persiste a várias décadas. Isto por si só já deveria acender todas as luzes de alerta, de atenção e de cuidado, pois que demonstra claramente o disparate que é a diferença social entre negros e brancos. Deveríamos todos, independentemente de nossa cor, credo ou não credo, gênero, nível social, poder econômico, ou grau de instrução, termos vergonha e revolta com este estado calamitoso de inclusão e dignidade social. Devíamos coletivamente nos compromissar com a transformação necessária sobre nossa própria sociedade para que brancos e negros possam ocupar, segundo sua divisão numérica populacional, todos os níveis e estruturas de nossa sociedade, seja ela política, econômica ou cultural.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

O Amor, entre suas múltiplas facetas, aquele do relacionamento a dois, ou a três...

Hoje gostaria de falar sobre o amor, mais especificamente sobre aquele tipo de amor que coloca alguma ordem na paixão, que acende algum fogo na amizade... Falar do amor a dois ou a mais de dois, uma vez que a cada um é dado o direito de construir o seu constructo de amor, não é fácil, primeiro porque sendo uma palavra única, expressa diferentes sentimentos, todos que de alguma forma têm em comum o bem querer. Ninguém, sadio mentalmente, confunde este múltiplo sentimento, o que sentimos por nossos filhos é diferente do que sentimos por nossa parceira, ou nosso parceiro, ou mesmo nossos parceiros (as), que é diferente do que sentimos por amigos verdadeiros, ou por nossos pais, que é diferente ainda do que sentimos pelos que sofrem, ou pelos nossos irmãos biológicos, e mais ainda por nossos irmãos em espécie. Uma palavra, diferenciados sentimentos, e a mesma dificuldade de agir sempre na dignificação daquele amor. Amar não é fácil, amar é difícil de tão simples que deve ser. Nascemos preparados mentalmente para sermos seres sociais, mas a evolução, por alguns milhões de anos, exigiu de nós que ao mesmo tempo em que crescíamos no desenvolvimento de nossa condição social, também tivéssemos que lutar individualmente para nos estabelecer, assim somos um complexo retalho de sentimentos muitas vezes antagônicos, necessidade social e individualidade, conviver e nos defender, dissimular e enganar, até mesmo para superar enganando nossas presas, ou facilitando nossa caça. Ao longo do tempo aprendemos a dividir o excedente da caça e da coleta, mas provavelmente somente depois de que nossa família tenha se fartado. A divisão da comida pode ter sido a melhor forma de nos tornarmos sociais, ao mesmo tempo que nos tornávamos importantes (poder e vaidade), isto é mais um antagonismo, mas que explica muito do comportamento da caridade insensível, daquela que nos faz parecer humanos, mas nos coloca vaidosamente superiores, um pouco daquele sentimento que faz com que muitos prefiram a caridade à verdadeira transformação, pois que nos faz parecer melhores, nos faz importantes, e mantem aqueles necessitados longe de se tornarem um risco ao nosso poder.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

A ignorância direciona nossas vidas.

A ignorância direciona nossas vidas, e muitas vezes sequer nos apercebemos disto. Ela atua tão naturalmente que nos passa desapercebido sua força sutil de atuação. Ignorância, não como ofensa, mas sim no seu sentido mais simples e direto, o de ignorar coisas, o de desconhecer. Todos ignoramos muitas coisas. Muitos ignoram as mesmas coisas, outros muitos ignoram coisas diferentes, além do que ignoramos coisas que acreditamos conhecer. Ignorar é algo natural, pois que nos é impossível saber de tudo. Ignorar é sempre um risco, mas ignorar o que pela nossa prepotência, ingenuidade, ou irresponsabilidade, acreditamos saber é pior ainda, pois nos faz agir crentes de que sabemos o que estamos fazendo. Chegamos a este estado de ignorância, o de ignorar (desconhecer) o que acreditamos saber, de diversas formas, uns por catequeses, outros por fanatismo ou preconceitos, outros mais por preguiça ou incapacidade de pensar crítica ou racionalmente, outros ainda por medo, moda, por confiar em pardas autoridades do saber, e mesmo porque estudamos ou pesquisamos em fontes incompetentes. O fato é que ignoramos muitas coisas, entretanto viver é preciso, e vivemos banhados por esta ignorância, em alguns casos por nossa própria ignorância, em outros casos baseado na ignorância dos outros que direta ou indiretamente influenciam ou impactam nosso viver. Desta forma, muitas vezes, agimos ou temos nossa existência direcionada, direta ou indiretamente, pela ignorância.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Terremoto no Nepal

Periodicamente, a natureza, em seu estado de natural independência ética ou moral, uma vez que a natureza não possui desígnios e nem designador, planos e nem planejador, atua assim naturalmente criando situações de catástrofe que afetam direta e indiretamente o viver de muitos. A natureza é aética em sua essência e em sua realização, e sem consciência de seu “comportamento”, ela não age, ele é reflexo dela mesma pelas leis naturais e básicas da física, da química e da biologia. Mas isso não diminui o impacto doloroso que impõe sobre muitos.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Natureza - Pensando o Viver

Hoje vou falar um pouco sobre a natureza, principalmente por ser ela o corpo natural e imanente de sustentação para tudo o que há, mesmo porque é ela, a natureza, simplesmente, matéria e energia de tudo o que há. Acho coerente, desde já, que eu tente deixar minimamente claro o que entendo por natureza, pois que percebo que para pessoas diferentes ela acaba possuindo significados diferentes, pois que restringem, ao meu humilde modo de ver, a abrangência do que ela é. Para uns, natureza são as plantas, as florestas, o verde, para outros podem ser as montanhas, o mar, e os rios, para outros ainda, se mistura com o clima, com eventos naturais como vento, furacão, maremoto, terremoto e etc. Entendo que todos estão parcialmente corretos, cometendo apenas o pequeno grande equívoco de limitar o que a natureza realmente é. De início, ela é tudo o que há, não criado artificialmente (mas mesmo assim tudo e qualquer coisa criada artificialmente, é também composto por natureza), sendo assim ela é tudo o que foi apresentado acima, e muito mais. Ela é o átomo de um elemento, mas ela é também o planeta terra, ela é uma partícula subatômica, mas é também a maior estrela existente, ela é um buraco negro, mas é também todas as galáxias que existem, é o próprio espaço-tempo completo, é matéria e é energia. Assim a natureza somos também nós, eu, você, meus filhos, e qualquer um que viva em qualquer lugar, aliás a natureza é também todo e qualquer ser vivo, de uma única e mínima bactéria, ao maior animal terrestre, aquático ou aéreo. Por esta visão entendo que um carro, um avião, um DVD player, uma casa, ou uma música composta por homens não são natureza, mas são todos compostos por natureza. Matéria e energia compõem todas as criações, mesmo em uma música, o som que dá sustentação a toda e qualquer música, é natureza. Com esta percepção, não seria de estranhar porque eu amo demais a natureza, por que entre muitas coisas que sou, carrego muito do naturalismo.