Pensando o Viver

O lado natural, humano e social de quem pensa o viver, não apenas como um historiador, mas também como um transformador.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

O que me cabe


Do mesmo lugar de onde eu vim, enquanto ser, é exatamente o mesmo local para onde um dia retornarei, quando minha vida mental se extinguir: o nada, o não existir, o fim do começo e o começo do fim, aquele lugar inenarrável posto que nada há, e não existe referência para defini-lo.

O que me cabe então?

Uma vez que nasci datado, e que a morte é minha inseparável parceira enquanto vida mental tiver, me cabe assim buscar realizar tudo, ou máximo, do que me for possível para deixar alguma boa lembrança, alguma boa obra, algum bom exemplo, e algo para que meus filhos e netos possam ter como referência de vida. Não gostaria que eles de mim só se lembrassem pelos meus escritos, escrever é lindo e prazeroso, mas escrever é muito mais fácil do que viver, e é de minha vida, do que fiz, e do que deixei de obras e exemplos, que verdadeiramente gostaria de ser lembrado. Escrevo por prazer, assim nada de mais eu faço, preciso por outro lado agir, me expor, fazer, construir e desconstruir, ser, se possível de forma a buscar uma plenitude de ser um ser que faz alguma diferença ter vivido, que não tenha passado por aqui apenas como um passageiro sem maiores envolvimentos sociais e humanos.

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