Pensando o Viver

O lado natural, humano e social de quem pensa o viver, não apenas como um historiador, mas também como um transformador.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Moral, imoral e amoral – Racional, irracional e “arracional”

Alguns atos e comportamentos dignificam a existência da vida e somam socialmente, humanizando nossa existência individual e coletiva, e os qualificamos como atos morais, outros atos e comportamentos desonram nossa existência, segregam nossa sociedade, ofendem nossa dignidade pessoal e social, nos fazendo muitas vezes bestas sem controle, a estes os chamamos de imorais, mas a grande maioria dos atos e comportamentos são neutros quanto ao alcance e ao compromisso humano e social, a estes os podemos chamar de amorais.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Um jovem negro tem duas vezes e meia mais “chance” de ser assassinado

Isto não é demagogia de algum grupo negro, para chamar atenção para sua causa, isto é o resultado de um estudo sério, feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública elaborado em parceria com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)(este relatório foi divulgado nesta quinta-feira (7) pela Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República, em Brasília), e este estudo aponta claramente que o risco de um jovem negro ser assassinado no Brasil tem aumentado, e supera em 2,5 vezes a possibilidade de um jovem branco ser vítima de homicídio. Naquele estudo, o Índice de “Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial 2014” apontou que a taxa de jovens negros assassinados por 100 mil habitantes subiu de 60,5 em 2007 para 70,8 em 2012 (entenda-se como jovens aqueles com idade entre 12 e 29 anos). É bem verdade que a taxa de vítima de homicídios entre os jovens brancos também aumentou: de 26,1 para 27,8, entretanto a diferença é absurda, e ainda teve maior fator de crescimento entre os jovens negros. O mais incrível é virarmos nossa cara para o lado, fingindo que desconhecíamos este fato. O risco de homicídio de um jovem negro em 2007 superava em 2,3 vezes o de um branco, e este índice cresceu, vou repetir, cresceu esta diferença para chegar em 2012 a 2,5. Em números absolutos, isso significa que 29.916 jovens foram mortos em 2012, sendo 22.884 negros e 7.032 brancos, prestem bem atenção, quase 23.000 jovens negros, contra cerca de 7.000 jovens brancos (7000 homicídios de jovens brancos já é um absurdo, mas para jovens negros este número vai a 22.884), e o que é mais triste, este é um quadro que persiste a várias décadas. Isto por si só já deveria acender todas as luzes de alerta, de atenção e de cuidado, pois que demonstra claramente o disparate que é a diferença social entre negros e brancos. Deveríamos todos, independentemente de nossa cor, credo ou não credo, gênero, nível social, poder econômico, ou grau de instrução, termos vergonha e revolta com este estado calamitoso de inclusão e dignidade social. Devíamos coletivamente nos compromissar com a transformação necessária sobre nossa própria sociedade para que brancos e negros possam ocupar, segundo sua divisão numérica populacional, todos os níveis e estruturas de nossa sociedade, seja ela política, econômica ou cultural.